Das redes de comunicação aos aparelhos eletrônicos, é papel da smart city garantir que todos esses equipamentos coexistam sem interferências
O mundo nunca foi tão conectado como agora, e os próximos anos são prova disso. Com o acesso cada vez maior à internet e novas soluções tecnológicas surgindo todos os dias, estudos da Cisco indicam que, em 2023, teremos três vezes mais dispositivos conectados do que pessoas no mundo. Isso representa, em números, 29.3 bilhões de equipamentos funcionando e transmitindo dados simultaneamente.
As previsões não param por aí. Ainda segundo a gigante de tecnologia, mais de 70% da população terá acesso à redes móveis. Não é difícil imaginar porque chegamos a números tão grandes: quando falamos em dispositivos, estamos mencionando uma variedade de aparelhos, sistemas e equipamentos que são parte vital do nosso dia-a-dia. Entre os muitos exemplos, podemos citar os gadgets pessoais, como smartphones, relógios e computadores, a mesmo itens fundamentais para o funcionamento de uma cidade, como radares, sensores de temperatura e câmeras.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Mas o que pouca gente sabe é que, para funcionarem, é preciso um complexo trabalho para evitar interferências entre eles. Daí surge a importância de estudarmos a Compatibilidade Eletromagnética (EMC), que analisa justamente a conformidade desses equipamentos. A disciplina, que investiga a forma como os sistemas tecnológicos de uma cidade podem existir em conjunto, tem também a missão de transferir esse conhecimento para todos os profissionais que terão contato com eles, incluindo técnicos, empreendedores e gestores públicos.
Para pensar na importância do assunto, basta lembrar do contexto atual de pandemia. Nos ambientes hospitalares, onde muitos equipamentos são responsáveis pela manutenção da vida do paciente, tudo deve funcionar interruptamente e sem interferências para garantir a assistência adequada. É o caso dos ventiladores pulmonares (respiradores artificiais), que precisam passar por inúmeros ensaios de EMC para provarem sua credibilidade.
Sabendo que as cidades devem se preparar para um mundo cada vez mais conectado, a Bright Cities realizou uma LIVE em seu canal do Youtube para discutir o tema. Durante a conversa falamos sobre a importância da Compatibilidade Eletromagnética (EMC) e como toda a infraestrutura conectada presente em um município – com destaque para os sistemas elétricos, energéticos e de comunicação – devem ser capazes de realizar interações rápidas e eficientes para que esses sistemas possam coexistir. Abordamos também a relevância das normas técnicas para garantir regularizações, coordenadas e diretrizes para a disciplina.
Junto com a CEO da Bright Cities, Raquel Cardamone, participaram da transmissão ao vivo Hermes Loschi, Engenheiro de Controle e Automação, Mestre em Engenharia Elétrica e atualmente pesquisador integrante do Projeto SCENT, e Kelem Jordão, Hardware Compliance Engineering pela IBM Brasil. Para conferir tudo o que rolou durante a LIVE, disponibilizamos o vídeo integralmente em nosso canal do Youtube:
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Na conversa analisamos como o papel da Compatibilidade Eletromagnética (EMC) é ainda maior para as smart cities, já que cabe à cidade conectada captar e transmitir uma série de dados em tempo recorde. A Bright Cities conta hoje com o maior database do mundo em soluções inteligentes, bastando uma breve consulta ao nosso banco de dados para descobrir centenas de tecnologias e ideias que estão mudando a vida urbana por meio de aparelhos e plataformas conectados à internet.
Uma delas é o Smart Pole System, desenvolvido pela Sansi Eletronic. Multifuncional, os postes instalados criam um sistema de iluminação totalmente integrado, que conecta tecnologia de informação e comunicação por meio de sensores, câmeras e conectividade à internet. Sua tecnologia consegue coletar dados referentes à qualidade atmosférica, ruídos e temperatura, além de utilizar câmeras de segurança para monitorar as vias públicas.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
A Bright Cities conta com mais de 1.000 soluções cadastradas em seu database, e o número cresce a cada dia! São muitas as opções disponíveis, mas uma cidade inteligente não deve se limitar a apenas adotá-las: é preciso também garantir que essas tecnologias possam coexistir. Como bem diz Hermes Loschi, a smart city precisa considerar questões como a EMC: “Essa infraestrutura interconectada de sistemas, que basicamente define o que é uma cidade inteligente, também é a principal responsável pela ocorrência de interferências eletromagnéticas“.
Segundo o pesquisador, esses fenômenos de interferência podem ser sentidos até mesmo dentro de casa. Nos anos 1990, por exemplo, era muito frequente ver como um eletrodoméstico interferia em outros, a ponto de impedirem o funcionamento simultaneamente. De lá para cá muita coisa mudou e hoje contamos com redes elétricas mais sofisticadas, mas o mesmo vale para as tecnologias que temos criado: cada vez mais rápidas e complexas, as demandas para seguirem funcionando só aumentaram.
Atualmente, podemos classificar esses eventos em duas categorias: a Interferência Eletromagnética Conduzida, que acontece por meio de condutores elétricos no contato direto com fontes de ruído e equipamentos, e a Interferência Eletromagnética Radiada, em que distúrbio se propaga pelo ar através de campos eletromagnéticos. De eletrodomésticos como liquidificadores e televisões, como no primeiro caso, aos objetos que se comportam como antenas, como no segundo, o que não faltam são estudos para avaliar e compreender como esses eventos ocorrem.
No Brasil, órgãos como a Anatel são responsáveis por produzir resoluções que orientam a certificação de terminais móveis, celulares, tablets e outros aparelhos de telecomunicação. Uma delas é a de nº 527, que avalia as radiações indesejadas causadas por sistemas de banda larga. O mesmo vale para uma série de outros produtos e serviços, que precisam ser aprovados por regulamentações e normas para serem inseridos no mercado.
Garantindo a qualidade e a segurança dos dispositivos que utilizamos, as normas são conjuntos de regras e procedimentos avaliados por meio de extensas pesquisas e testes. Uma das entidades responsáveis por esses ensaios é a IEC (Comissão Eletrotécnica Internacional), autora da família de normas IEC 61000, dedicada à aspectos gerais sobre EMC. Por aqui, contamos também com as portarias do INMETRO, que determinam os padrões e limites a serem seguidos pelos fabricantes para a geração de interferências.
Para Kelem Jordão, a relevância das normas e certificações será cada vez maior. Uma vez que as cidades estão se adaptando a um ritmo rápido, mais conectadas e inteligentes, o contexto urbano passou a gerar interferências eletromagnéticas nunca vistas antes: “Esse novo ambiente urbano demandará regulamentações que atendam a esse contexto e que, possivelmente (ou certamente), exigirá novas certificações para esses produtos, considerando aplicações diversas“, diz.
Adotar novas tecnologias e impulsionar o uso consciente desses equipamentos é um passo indispensável para garantir cidades inteligentes. Mas, para isso acontecer, é importante que nossos gestores conheçam a fundo as opções disponíveis, seu funcionamento, qualidade e, claro, suas possíveis consequências para a EMC. Na Bright Cities, todas as tecnologias e soluções urbanas incluídas em nosso database passam por um extenso processo de análise e validação. Como todas já foram previamente instaladas em outras cidades, nosso time de data scientists consegue mensurar o impacto e eficiência das suas tecnologias em diferentes contextos urbanos!
Para saber como podemos ajudar sua cidade, de forma segura e fácil, a se tornar cada vez mais inteligente, conheça nossa plataforma.