Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos é o décimo terceiro Objetivo da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável
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Não há país ou cidade que não tenha sentido os efeitos do aquecimento global. Isso porque as consequências de tamanha devastação já são visíveis: além do aumento do calor da terra e do oceano, estamos lidando com a elevação do nível do mar, o derretimento do gelo e todos os impactos diretos gerados em ecossistemas, na produção de alimentos e na saúde humana.
Poluição, emissão de gases estufa e consumo desenfreado são alguns dos motivos que levam o planeta a aumentar sua temperatura média todos os anos, a um ponto que tornou-se insustentável. O ano de 2019 foi o segundo mais quente já registrado em toda a história do planeta (o primeiro lugar ainda é ocupado por 2016) e as emissões de gases de efeito estufa já são 50% mais altas que em 1990.
A necessidade de mudanças na forma como consumimos e produzimos levou países do mundo inteiro a se juntarem em 2015 e firmarem o Acordo de Paris. O objetivo é fortalecer políticas que reduzam os danos e as mudanças climáticas por meio de investimentos e novas tecnologias, capazes de criar fontes energéticas alternativas e modelos econômicos mais limpos. A meta principal é bem clara: manter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2 ºC para este século.
O que parece simples tornou-se, porém, um desafio inalcançável. Segundo a ONU, vários recordes de temperatura já foram quebrados nos últimos anos: além da década 2010-2019 ter sido a mais quente já registrada na história, as análises mostram que mesmo com o Acordo de Paris estamos apenas aumentando a média de calor na Terra.
Combater o aquecimento global é tão urgente que, também em 2015, a ONU incluiu o assunto em seu plano de ação global, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Entre os 17 objetivos listados no documento está o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima, que tem como missão “tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos“.
E como atingir isso? A Bright Cities acredita que ações limpas, sustentáveis e resilientes são fundamentais não só para o planeta, mas também para as nossas próprias cidades. Em uma Cidade Inteligente, os serviços e a gestão pública aliam-se à tecnologias e soluções inovadoras para proteger os recursos naturais e garantir que eles sejam sempre usados com responsabilidade. Para uma smart city, preservar o meio ambiente é indispensável para atingir qualidade de vida.
Por isso, quando nossa plataforma realiza o diagnóstico de uma cidade, mais de 20 indicadores são utilizados para avaliar sua atuação ambiental. Ao todo, contamos com 160 indicadores internacionais que analisam a performance urbana em dez áreas da gestão, como educação, segurança, governança e mobilidade, entre outras. Para entender como essas informações são fundamentais para a construção de cidades mais sustentáveis, listamos abaixo alguns dos indicadores utilizados pela Bright Cities que estão diretamente alinhados com o ODS 13 – Ação contra a mudança global do clima:
- Indicadores “Concentração de Matéria Particulada (PM10) e Concentração de Matéria Particulada Fina (PM2.5)”: o material particulado pode ter origem nos mais diferentes lugares e processos, como na queima de combustíveis fósseis, e está relacionado à poluição atmosférica. Os dados obtidos pelo indicador revelam, portanto, a qualidade do ar e a contribuição de determinada cidade para o aquecimento global. Prefeitos e gestores públicos, tendo em mãos esses números, podem melhor dimensionar seus esforços para atingir a meta 13.2 do ODS 13: “Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais“;
- Indicador “Número de mortes por desastres naturais”: enchentes, tempestades, raios e altas temperaturas são alguns dos desastres naturais presentes em cidades, e revelam como elas devem se preparar para as mudanças climáticas e suas consequências. Assim, com os dados obtidos pelo indicador, um município pode propor ações para atingir a meta 13.1 do ODS 13: “Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países“;
- Indicador “Porcentagem da energia derivada de fontes renováveis”: a queima de combustíveis fósseis é uma das maiores causas do aquecimento global. Com os dados fornecidos pelo indicador, gestores públicos podem avaliar quanto o município precisa investir em fontes renováveis e limpas, como mencionado na meta 13.2 do ODS 13: “Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais“;
Por meio da da coleta e análise dos indicadores, uma cidade consegue adotar políticas públicas mais seguras e eficientes para a população e, é claro, para o planeta. Todas as informações coletadas são reunidas pela Bright Cities em uma plataforma online, consolidando em um só lugar dados de diferentes áreas urbanas. Feita de forma integrada, nossa análise incentiva, assim, um diálogo entre as mais diferentes Secretarias Municipais, como as de Saúde, Transporte, Educação e, como não poderia faltar, Meio Ambiente.
Afinal, quando falamos em sustentabilidade, precisamos ir muito além dos ecossistemas e abordar também questões como economia, saúde e educação. Para se ter uma ideia da influência de políticas ambientais no mercado global, um levantamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento mostrou que as perdas econômicas médias anuais devido à desastres climáticos são de centenas de bilhões de dólares.
Atingir as metas do ODS 13 significa, portanto, superar também uma série de outros problemas planetários. A começar, por exemplo, pelo problema da fome: se não preservarmos nossos recursos e reduzirmos nossos impactos climáticos, produções agrícolas sofrerão perdas inestimáveis e estaremos longe de atingir o ODS 1- Fome Zero. O impacto econômico que isso pode gerar também impediria alcançarmos o ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico. Isso sem contar nos riscos que efeitos climáticos teriam na saúde das pessoas, indo contra o ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Segundo a ONU, desastres geofísicos – 91% das vezes relacionados ao clima – já mataram 1,3 milhão de pessoas e deixaram 4,4 bilhões de feridos entre 1998 e 2017.
Esses seriam apenas alguns dos impactos negativos gerados caso não sejam alcançadas as metas do Acordo de Paris e do ODS 13. Inúmeros fatos apenas comprovam que mudanças na forma como vivemos são cada vez mais urgentes, mas a boa notícia é que não nos faltam soluções e tecnologias capazes de nos ajudar a chegar lá.
Gratuitamente, a plataforma Bright Cities disponibiliza um banco com mais de 1.000 soluções para os desafios urbanos – só na área de meio ambiente, são mais de 150 soluções!
Uma dessas iniciativas é produzida pela EIXVERD, responsável pela construção de coberturas ecológicas. O objetivo é transformar telhados de edifícios em superfícies verdes através da plantação de mini fazendas ou culturas variadas. O projeto melhora a eficiência energética de edifícios e áreas urbanas, reduz a temperatura da cidade, absorve dióxido de carbono (CO2), melhora a gestão das águas pluviais, aumenta a biodiversidade e o espaço verde da cidade, absorve partículas poluidoras e ainda reflete a luz solar para manter o planeta mais fresco.
Soluções como essa, simples e acessíveis, tornaram-se cada vez mais bem-vindas em um contexto que beira ao colapso ambiental. Segundo preocupantes dados divulgados pela ONU:
- Se não tomarmos nenhuma ação, a média de temperatura mundial deve aumentar 3ºC até o final do século 21. As pessoas mais pobres e vulneráveis são as mais afetadas pelo aquecimento, além de uma possível extinção de 25-50% das espécies animais;
- O nível do mar subiu cerca de 20 cm desde 1880 e deve aumentar outros 30-122 cm até 2100, devastando cidades costeiras;
- O oceano absorve cerca de 30% de dióxido de carbono antropogênico emitido, tornando-se mais ácido e arriscando a vida de milhões de seres vivos;
- Para limitar o aquecimento de 1,5 °C, as emissões globais de CO2 devem cair 45% entre 2010 e 2030 e atingir 0% até 2050;
- Uma ação climática ousada pode gerar pelo menos U$ 26 trilhões em benefícios econômicos até 2030.
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Embora pesquisas mostrem uma queda de até 6% nas emissões globais de C02 devido à pandemia do coronavírus, sabemos que essa melhoria é apenas temporária. Como bem reforça a ONU, a mudança climática não para. A crise econômica, política e sanitária que estamos vivendo pode ser, justamente, uma oportunidade para uma mudança profunda na forma como vivemos, daí a importância de contarmos com as Cidades Inteligentes para nos guiar nessa transformação.
No Brasil, a pauta ambiental tomou grandes proporções com os eventos recentes. Com os avanços constantes nos números de queimadas, cerca de 29 fundos de investimentos internacionais, responsáveis por gerir 4,1 trilhões de dólares em ativos, enviaram ao governo brasileiro uma carta demonstrando preocupação com políticas ambientais no país. A pressão do mercado por países e empresas que adotem controles ambientais rigorosos e práticas ESG (do inglês, Environmental, Social And Governance) é tanta que os fundos de investimentos voltados para questões sociais e ambientais cresceram em junho 29% em relação ao mesmo período em 2019.
Esse interesse pela pauta ambiental revela que cidades com políticas sustentáveis saem na frente em benefícios e investimentos. Para isso acontecer, porém, é preciso ação por parte de nossos representantes. Trabalhando sempre em parceria com prefeitos e órgãos públicos, a Bright Cities é o caminho mais rápido e eficiente de gerar uma transformação sustentável nas cidades. Com nossas análises e roteiros personalizados, temos incentivado ações concretas em direção às metas dos ODS e intensificado a coleta e uso de dados para a tomada de decisões.
Para conhecer mais nosso trabalho, confira o conteúdo especial que preparamos apresentando a plataforma. Caso queira saber mais sobre Cidades Inteligentes e como sua cidade pode se tornar uma, faça o download gratuito do nosso e-book “Como transformar sua cidade em uma Cidade Inteligente“. A Bright Cities é uma plataforma disruptiva para diagnosticar o roteiro de sua cidade para que ela se torne mais inteligente todos os dias. Upgrade your city!