Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8 – Trabalho decente e crescimento econômico

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Promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, com trabalho decente para todas e todos, é o oitavo objetivo da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável

Os impactos causados pela pandemia do coronavírus já vão muito além da saúde. Com a mudança nos hábitos de consumo, a crise no comércio internacional e os níveis de desemprego subindo cada vez mais, os efeitos da doença causaram uma recessão histórica que já afeta a economia do mundo todo. Organizações como o Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que vivemos hoje um dos piores momentos desde a Grande Depressão de 1929, prevendo uma queda de -3% no crescimento mundial para este ano.

Sabendo que muitas das pessoas – em especial aquelas em situação de risco – poderão ficar ainda mais vulneráveis com a perda de renda e de serviços essenciais, a ONU divulgou em abril deste ano um documento que orienta os países a adotar políticas de recuperação social e econômica. O roteiro indica algumas medidas essenciais para garantir à população direitos básicos e assistência adequada, incluindo incentivar a criação de projetos sociais, criar benefícios para pequenas e médias empresas, aumentar os estímulos fiscais e investir em sistemas de resiliência liderados pela própria população, entre outros.

Os critérios baseiam-se, em grande parte, à outro documento divulgado pela ONU: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Listado como seu oitavo objetivo, o ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico tem como missão “promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todas e todos”. Em tempos de pandemia, onde uma mudança na economia pode impulsionar o progresso, criar novos e melhores empregos e transformar a qualidade de vida, tal premissa nunca foi tão importante.

A Bright Cities reconhece o poder da economia sobre o desenvolvimento urbano e por isso realiza o diagnóstico de uma cidade a partir de dez áreas urbanas, incluindo o empreendedorismo. Não é por acaso que a categoria tem grande peso nas análises da plataforma: é através dela que um forte ecossistema urbano pode ser desenvolvido para promover trabalhos de qualidade. É também seu papel gerar soluções inovadoras, que incluam novos modelos de negócios, serviços públicos mais eficientes e projetos que impulsionem uma melhor qualidade de vida.

Em outras palavras, uma cidade empreendedora é aquela que cria oportunidades de emprego que reduzam a desigualdade entre gêneros, como mencionado no ODS 5, ou mesmo que diminuam a disparidade de renda, como pontuado pelo ODS 1. Também é aquela que consegue promover ambientes propícios para a criação de novas tecnologias para enfrentar desafios globais, como diz o ODS 7.

Para a realizar esses diagnósticos e descobrir se uma cidade, afinal, usa todo o seu potencial econômico, utilizamos 160 indicadores globais capazes de mensurar e mapear a performance de qualquer cidade – e muitos deles diretamente relacionados ao ODS 8. São exemplos:

  • Indicador “Taxa de novos empreendedores”: consegue identificar o surgimento de novas iniciativas e oportunidades de emprego, de acordo com a meta 8.3 do ODS 8: “Promover políticas orientadas para o desenvolvimento que apoiem as atividades produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a formalização e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços financeiros“;
  • Indicadores “Número de incubadoras” e “Número de novas patentes”: avaliam se determinada cidade promove iniciativas ou soluções científicas e tecnológicas inovadoras, de acordo com a meta 8.1 do ODS 8: “Sustentar o crescimento econômico per capita, de acordo com as circunstâncias nacionais e, em particular, pelo menos um crescimento anual de 7% do produto interno bruto nos países de menor desenvolvimento relativo” e a meta 8.2: “Atingir níveis mais elevados de produtividade das economias, por meio da diversificação, modernização tecnológica e inovação, inclusive por meio de um foco em setores de alto valor agregado e intensivos em mão-de-obra“.

É a partir dos resultados obtidos por esses indicadores que a plataforma Bright Cities consegue realizar diagnósticos completos para avaliar quais aspectos precisam receber maior atenção em determinada cidade. Entendendo a urgência, a escala e o orçamento que os gestores públicos têm em mãos, são então sugeridas soluções inteligentes capazes de contornar tais problemas e, dessa forma, melhorar os serviços públicos e a qualidade de vida da população.

No banco de soluções da Bright Cities há mais de 100 soluções tecnológicas e boas práticas de incentivo da área empreendedorismo. Uma delas é a Canarias Excelência Tecnológica, associação de empresas de TIC dedicada à promoção e disseminação de Tecnologias de Informação e Comunicação para promover o progresso econômico e social nas Ilhas Canárias. As empresas que fazem parte do aglomerado têm um volume de negócios aproximado de 75 milhões de euros e geram cerca de 1.700 postos de trabalho diretamente no arquipélago!

Outro exemplo é a Enterprise Estonia (EAS), uma das maiores instituições da Estônia de apoio ao empreendedorismo, fornecendo assistência financeira, aconselhamento, oportunidades de cooperação e treinamento para empreendedores, instituições de pesquisa, cidadãos e setores sem fins lucrativos. Para isso, o instituto apoia o desenvolvimento de empresas que possuem capacidade de exportação e geram maior valor agregado, de forma a ajudar o país a se tornar um dos locais mais competitivos do mundo.

Soluções inteligentes como essas são fundamentais para incentivar oportunidades de trabalho melhores, mais dignas, acessíveis e igualitárias. Segundo a ONU, não só a economia global vem crescendo nos últimos anos a um ritmo mais lento, como o próprio desemprego está subindo: em 2007, o número era de 170 milhões, subindo para 202 milhões em 2012 – sendo a maioria, aproximadamente 75 milhões, mulheres ou homens jovens. Para oferecer oportunidades de trabalho dignas à toda a população mundial, seriam necessários 470 milhões de novo empregos.

Ainda em 2019, no mais recente estudo divulgado pela ONU, a organização já mencionava a necessidade de um aumento significativo nas oportunidades de emprego, especialmente entre os jovens, e a redução das disparidades entre homens e mulheres. Segundo as informações divulgadas:

  • Em 2017, a taxa de crescimento global do PIB per capita foi de 1,9%, e previsões diziam que ele permaneceria em 2% em 2020;
  • Os homens ganham 12,5% a mais do que as mulheres em 40 dos 45 países analisados;
  • Muitos trabalhadores do mundo estão expostos a riscos indevidos em seus locais de trabalho: ocorrem em média 3 mortes por 100.000 funcionários;
  • Em 2018, um quinto dos jovens do mundo não tinha acesso à educação, emprego ou treinamento.
Fonte: ONU

Com o contexto do coronavírus, porém, os números serão outros daqui pra frente: previsões da Organização Mundial do Trabalho, a ILO, afirmam que com a escalada do desemprego pela pandemia, quase metade da força de trabalho global corre o risco de perder seus postos de trabalho. Em números, isso implica em 1,6 bilhão de trabalhadores na economia informal – ou seja, metade da força de trabalho global – correndo o risco ter seus meios de subsistência destruídos. A redução das horas de trabalho e a falência de empresas também foram dadas como certezas daqui pra frente, como bem explica a mais recente edição do Monitor ILO sobre a COVID-19.

No Brasil, os números são igualmente alarmantes. Previsões feitas por economistas da Fundação Getúlio Vargas estimam que, até o fim do ano, o país pode chegar a ter 17,8% de seus trabalhadores desempregados – o mais alto índice desde o início da série histórica, em 1981. O PIB nacional também sofrerá reduções, com queda de 3,5%. Os números apontam uma sequência de resultados que já vem, desde o início do ano, preocupando: segundo o IBGE, o Brasil terminou o primeiro trimestre de 2020 com 1,2 milhão de pessoas a mais na fila do desemprego, somando 12,9 milhões de pessoas sem renda garantida.

Expert em cidades inteligentes, a Bright Cities tem se empenhado em ajudar gestores, empreendedores e instituições a reconhecerem sua parcela de responsabilidade e adotarem ações concretas em direção às metas dos ODS. Nossa plataforma conta um com database alimentado com dezenas de indicadores e mais de 1000 soluções inteligentes para smart cities, algumas delas especialmente desenvolvidas para impulsionar a economia das cidades. Para conhecê-las, acesse o nosso banco de soluções e clique em “Empreendedorismo” no filtro de busca.

Também lançamos uma ferramenta inovadora de suporte às cidades brasileiras para contribuir com o planejamento estratégico de enfrentamento da crise do Coronavírus. Para isso, usamos toda a nossa expertise em data analysis e criamos um painel interativo online, disponível para Prefeituras e cidadãos, e atualizado diariamente: nosso Dashboard Bright Cities COVID-19 reúne uma série de fontes oficiais em uma única plataforma, podendo assim detectar de forma rápida as tendências e responder às perguntas mais complexas. Entre os indicadores disponibilizados estão a contabilização de novos casos, o número de óbitos, a disponibilidade de leitos de UTI e a quantidade de respiradores, tudo organizado por estado ou Região de Saúde.

Acreditamos que criar políticas públicas baseadas na coleta e análise de dados é a forma mais eficiente e segura de contribuir com a economia e, dessa forma, com a qualidade de vida de uma cidade – especialmente em momentos como o atual!

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