Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação são as metas do nono objetivo da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável
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Como criar cidades mais resilientes, inteligentes e democráticas? Para proporcionar serviços públicos adequados, precisamos primeiramente criar as bases para que eles possam existir. Estamos falando da infraestrutura urbana, o conjunto de obras que permite à população viver com qualidade de vida. São eles os sistemas de transporte, como rodovias e calçadas; redes de energia elétrica, drenagem e canalizações de esgoto; abastecimentos de gás e água potável; além dos serviços de telefonia, comunicações e, como não poderia faltar, as próprias indústrias.
Não é difícil imaginar, dessa forma, porque apostar em infraestrutura é o primeiro passo para garantir cidades melhores. Incluído na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, o ODS 9 – Indústria, inovação e infraestrutura tem como objetivo “construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação”. Sua missão é justamente a de criar oportunidades para uma boa qualidade de vida e garantir de direitos básicos para toda a população.
Por isso, quando uma cidade se empenha em atender o ODS 9, ela também está no caminho certo para melhorar uma série de outros aspectos mencionados na Agenda 2030. Afinal, as obras de infraestruturas não apenas transformam a qualidade dos serviços, como também promovem o desenvolvimento econômico ao garantir empregos e renda à população, meta mencionada pelo ODS 8 – Trabalho decente e crescimento econômico. Ao criar uma indústria inclusiva e sustentável, que oferece trabalho decente a todos, uma cidade se alinha ao objetivo do ODS 1 – Erradicação da Pobreza e ao ODS 5 – Igualdade de Gênero.
Apostar na indústria significa também investir em tecnologia e inovação, garantindo serviços mais sustentáveis, eficientes e inteligentes. É o caso, por exemplo, da meta incluída no ODS 7 – Energia Acessível e Limpa, que propõe desenvolver fontes energéticas mais limpas, modernas e baratas para todos. Com mais da metade da população mundial vivendo hoje nas zonas urbanas, repensar a forma como nos deslocamos, consumimos e reaproveitamos os recursos naturais é fundamental para garantir um futuro – e um planeta – melhor.
Quando a Bright Cities faz o diagnóstico de uma cidade, uma série de indicadores são avaliados para identificar quais áreas precisam de mudanças e, consequentemente, melhores infraestruturas. São ao todo dez categorias analisadas, entre elas Governança e Urbanismo – diretamente relacionadas com as metas propostas pelo ODS 9. Enquanto a primeira se dedica a mensurar como a cidade fornece soluções para os desafios da comunidade e atende às necessidades de seus cidadãos, a segunda identifica como essas demandas podem ser resolvidas abordando dados como densidade, regularização e estrutura das cidades.
Nossa plataforma contribui para alavancar o processo de construção da cidade inteligente a partir de uma tecnologia disruptiva, capaz de realizar o diagnóstico completo de um município a partir de 160 indicadores internacionais. Listamos abaixo alguns deles e contamos porque eles são uma importante ferramenta para identificar, avaliar e guiar cidades em direção ao ODS 9 – Indústria, inovação e infraestrutura da Agenda 2030:
- Indicador “Porcentagem da população com serviço autorizado de energia elétrica”: avalia a parcela da população que tem acesso à essa infraestrutura básica. O indicador está, assim, de acordo com a meta 9.1 do ODS 9: “desenvolver infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável e resiliente, incluindo infraestrutura regional e transfronteiriça, para apoiar o desenvolvimento econômico e o bem-estar humano, com foco no acesso equitativo e a preços acessíveis para todos“;
- Indicador “Número de novos empreendedores”: com os dados obtidos pelo indicador, é possível analisar se determinada cidade consegue criar um ambiente de negócios propício para novas oportunidades de emprego e incubadoras de tecnologia, como previsto na meta 9.2 do ODS 9: “promover a industrialização inclusiva e sustentável e, até 2030, aumentar significativamente a participação da indústria no emprego e no produto interno bruto, de acordo com as circunstâncias nacionais, e dobrar sua participação nos países de menor desenvolvimento relativo“;
- Indicador “Taxa de cobertura de pavimento e calçada na área urbana”: revela, em determinada cidade, a proporção de m² de espaço recreativo coberto público por habitante, de acordo com a meta 9.4 do ODS 9: “Até 2030, modernizar a infraestrutura e reabilitar as indústrias para torná-las sustentáveis, com eficiência aumentada no uso de recursos e maior adoção de tecnologias e processos industriais limpos e ambientalmente corretos; com todos os países atuando de acordo com suas respectivas capacidades“.
É por meio dos dados obtidos com esses e muitos outros indicadores que a plataforma Bright Cities é capaz de criar os mais completos diagnósticos para cidades de diferentes escalas ou nacionalidades. Além de identificar os pontos fortes e as áreas que precisam de melhoria, também desenvolvemos um roadmap com sugestões de soluções inteligentes para solucionar os problemas urbanos. Nossa plataforma é especialista em mapear iniciativas positivas para as cidades, com um database que inclui mais de 1000 soluções inteligentes para smart cities, o maior do mundo!
Uma das soluções que alcança impactos positivos para a infraestrutura de uma cidade é o Programa de Cidades Inteligentes e Sustentáveis do IDB, que tem como objetivo identificar, organizar e priorizar intervenções urbanas para enfrentar os principais obstáculos que impedem o crescimento sustentável de municípios emergentes na América Latina e no Caribe. Sua metodologia baseia-se na premissa de que estratégias de desenvolvimento urbano bem planejadas, integradas e intersetoriais podem garantir melhorias na qualidade de vida dos cidadãos e ajudar a materializar um futuro mais sustentável, resiliente e inclusivo para os cidadãos.
Além disso, iniciativas que impulsionam o setor industrial sustentável são cada vez importantes, dado que a área vem perdendo participação na economia global. Segundo pesquisa divulgada pelo Grupo Banco Mundial, a indústria representava 27% do PIB mundial em 2010, caindo para 25% em 2018. Desde 2014, o emprego mundial no setor industrial também sofreu uma queda, de 23,22% para 22,95% quatro anos mais tarde.
De acordo com as informações coletadas pela ONU, embora o financiamento em infraestruturas tenha aumentado nos países em desenvolvimento, muitos ainda enfrentam sérios desafios para impulsionar o envolvimento da indústria no PIB nacional e seguem com baixos investimentos em pesquisa científica e inovação. Segundo a ONU:
- Nos países em desenvolvimento, apenas 30% dos produtos agrícolas passam por processamento industrial, em comparação com 98% dos países de alta renda. Isso sugere a existência de uma grande oportunidade para negócios na área agrícola em países em desenvolvimento;
- Em alguns países africanos de baixa renda, as restrições de infraestrutura reduzem a produtividade das empresas em cerca de 40%;
- O efeito da multiplicação de trabalhos industrializados impactou a sociedade positivamente. Cada trabalho na indústria gera 2,2 empregos em outros setores;
- Embora houve um aumento no número de pesquisadores por milhão de habitantes de 804 em 2000 para 1.163 em 2016, a taxa nos países da África Subsaariana é de 91 pesquisadores/m de habitantes.
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Com a pandemia do coronavírus, porém, podemos esperar números mais preocupantes para os próximos meses. A recessão econômica agravada pelo vírus impactou diretamente a economia mundial, em especial o setor da indústria. No Brasil, dados divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo mostram que houve uma queda de 27% na produção entre abril de 2020 e 2019, reforçando uma sequência de retrações histórica.
A COVID-19 tem reformulado a forma como trabalhamos, mantemos contato e consumimos, tornando cada vez mais necessárias as soluções que possam reduzir distâncias, coletar dados de forma segura e oferecer alternativas acessíveis e baratas para as mais diversas atividades do dia. Por isso, nosso time de especialistas tem trabalhado a todo vapor para mapear soluções, sejam elas inéditas ou já existentes, que possam assim auxiliar a saúde, a economia, a segurança pública e até mesmo a educação das cidades neste momento de crise, mitigando os efeitos do coronavírus.
A Bright Cities sabe que que a industrialização inclusiva e sustentável, juntamente com a inovação e a infraestrutura, pode desencadear forças econômicas dinâmicas e competitivas que geram emprego e renda. O setor tem um papel fundamental na introdução e promoção de novas tecnologias, promovendo renda e permitindo o uso eficiente dos recursos. É dever das cidades, portanto, encontrar as oportunidades para a melhoria dos serviços urbanos, e nossa plataforma está aqui para ajudar.
Por meio de nossa tecnologia disruptiva elencamos quais áreas urbanas devem ser melhoradas e quais soluções e tecnologias podem aperfeiçoar a gestão da cidade da maneira mais eficiente. As indicações são apresentadas em um roteiro personalizado, onde são levados em consideração critérios como o tempo de implementação, o custo e os impactos gerados pelas soluções apresentadas. Ao trabalhar em estreita parceria com prefeitos e órgãos públicos, temos incentivado ações concretas em direção aos ODS e intensificado a coleta e uso de dados para a tomada de decisões.
Para conhecer mais nosso trabalho, confira o conteúdo especial que preparamos apresentando a plataforma. Já por aqui, na nossa Plataforma de Notícias, você pode conferir o conteúdo especial sobre os ODS, onde abordamos os 17 Objetivos e contamos quais soluções inteligentes existem para cada um deles!